quinta-feira, 14 de julho de 2011

PRB pede investigação do Ministério


Objetivo é afastar cartola das decisões sobre investimento de dinheiro público na Copa

Do R7
Gazeta Press
PRB pediu ao Ministério Público para investigar Ricardo Teixeira

PublicidadeO PRB (Partido Republicano Brasileiro) pediu nesta quinta-feira (14) que o Ministério Público da União inicie investigação civil e criminal contra o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, por suposto enriquecimento ilícito e recebimento de propina junto com outros dirigentes da Fifa.

O autor da representação, o presidente do PRB, Marcos Pereira, diz que o objetivo é, "no mínimo", afastar Teixeira das decisões sobre os investimentos para a Copa em obras de infraestrutura e nos estádios, que contam com dinheiro público.

- Nós queremos que a sociedade brasileira, o telespectador, o torcedor e o brasileiro sejam protegidos das ações de pessoas como essa, que continuam se beneficiando do cargo que têm em detrimento do interesse e do dinheiro público.

Como presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, Teixeira pode interferir na aplicação de recursos públicos, como ocorreu na escolha do estádio do Corinthians, o Itaquerão, para receber os jogos em São Paulo. Segundo a representação, a construção deverá custar cerca de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 820 milhões virão de impostos pagos pelo contribuinte. O dinheiro público envolve R$ 420 milhões em incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo e R$ 400 milhões de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A representação, endereçada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, menciona as diversas denúncias veiculadas pela TV Record que mostram que o patrimônio de Teixeira é incompatível com seu salário na CBF, estimado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.

As reportagens, que foram desde junho, mostram mansões de Teixeira em Búzios e Intanhangá (RJ), e na Flórida (Estados Unidos), além de uma fazenda de gado em Piraí (RJ).

A série revela que a riqueza de Teixeira indica possível relação com uma investigação internacional, feita pela TV britânica BBC, que aponta que o cartola teria recebido propinas que somam quase R$ 15 milhões (US$ 9,5 milhões). Os depósitos, 21 no total, ocorreriam desde o início dos anos 90 e viriam da empresa de marketing esportivo ISL, em troca do direito de transmissão dos jogos e dos contratos de patrocínio para as Copas do Mundo.

Ainda segundo a BBC, o dinheiro era depositado na Sanud, empresa sediada no paraíso fiscal de Lichtenstein, na Europa, que é ligada à RLJ, instalada no Rio e que tem como sócio o próprio Teixeira. Há cerca de dez anos, o Congresso abriu duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) envolvendo as empresas em 13 crimes, entre eles lavagem de dinheiro.

O documento ainda cita recente reportagem da revista Piauí que mostra o poder de Teixeira no futebol brasileiro. Segundo texto, é ele quem "combina o valor de jogo da seleção, decide quem vai transmiti-lo e negocia quem vai patrociná-lo".

Ao final da representação, o PRB alerta para o risco de deixar Teixeira à frente das decisões sobre a Copa.

"São inúmeros os fatos que revelam a sobreposição constante dos interesses pessoais de Ricardo Teixeira em relação a qualquer interesse coletivo atrelado à correta aplicação do dinheiro público no evento esportivo em questão."

"Todos esses fatos merecem a apuração de possíveis irregularidades praticadas por todos os envolvidos, especialmente Ricardo Teixeira e suas empresas."

Procurado, o assessor de imprensa de Teixeira, Rodrigo Paiva, não respondeu às ligações da reportagem

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