terça-feira, 8 de dezembro de 2009

GDF


GDF
Do Globo desta terça-feira (8): Os contratos com empresas de informática, apontados entre os filões da corrupção no Distrito Federal, consumiram R$ 430 milhões do governo José Roberto Arruda (DEM) no ano préeleitoral de 2009. O valor representa um aumento de 47% em relação a 2008. O salto derruba a tese de defesa de Arruda, que atribui as denúncias a interesses contrariados após uma suposta redução de despesas no setor.



Em conversas gravadas, o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa aparece recebendo dinheiro de empresas de informática para o chamado mensalão do DEM. Num dos vídeos, o dono de uma das firmas, a Linknet, chega a reclamar que o valor das comissões estaria muito alto.



O levantamento das despesas de informática na gestão Arruda, feito pela liderança do PT na Câmara Legislativa, mostra que a despesa na área aumentou de R$ 256 milhões em 2007 para R$ 429,6 milhões neste ano — valor que não inclui suprimentos como papel ou tinta de impressora. Para efeito de comparação, o governo de São Paulo gastou com informática R$ 293,6 milhões este ano (R$ 136 milhões a menos que o DF). Somados os últimos três anos, o DF teve despesas de quase R$ 1 bilhão, bem acima dos R$ 716 milhões gastos por São Paulo.



Em sua primeira defesa pública, semana passada, Arruda disse que a despesa com informática ficou em R$ 209 milhões neste ano, menos da metade dos R$ 510 milhões de 2006.



- Isso contrariou a muitos interesses políticos e empresariais que, agora fica claro, são ligados ao denunciante — disse o governador. Mas os números divergem dos levantados pelo PT, que utilizou o sistema oficial de acompanhamento de gastos do governo distrital, o Siggo.



Nos últimos dois anos, a Câmara Legislativa do Distrito Federal desmontou um esquema de superfaturamento da chamada máfia da informática, que chegava a cobrar, por um aluguel anual de computador, mais do que cinco vezes o valor de um equipamento novo. Em 2007, a compra de equipamentos custou quase R$ 4 milhões, menos de um quarto da proposta de locação, de R$ 16,4 milhões, feita pela Companhia de Planejamento (Codeplan) — na época comandada por Durval Barbosa.



A partir de uma licitação feita no ano passado, os deputados distritais conseguiram adquirir microcomputadores, com três anos de garantia, por R$ 2.099 a unidade. Teriam pago R$ 11.578 anuais para alugar cada notebook, caso tivessem aprovado a proposta da Codeplan.



A prática de leasing na informática rende milhões de reais por oferecer equipamentos obsoletos a preços escorchantes, quase sempre por meio de contratos emergenciais, feitos sob dispensa de licitação.



De acordo com o relatório oficial do biênio 2007-2008 da Câmara Legislativa do DF, a Codeplan oferecia em 2006 locação de equipamentos por mais R$ 16 milhões por ano. Só o aluguel de 50 notebooks custava mais de R$ 1 milhão.



“Apesar de a Codeplan não ter sido contratada na forma regulada pela legislação, vários equipamentos de informática de terceiros foram instalados na Câmara Legislativa”, diz o relatório, revelando o modus operandi do esquema, no qual as empresas depois cobravam créditos do GDF sem que nenhum contrato fosse assinado.



Os equipamentos foram removidos, e uma licitação foi realizada, para a compra de equipamentos e softwares atualizados. O investimento foi de R$ 3,99 milhões. O gasto com cada laptop caiu de R$ 24 mil por ano de aluguel para R$ 2,9 mil.

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